Semana de quatro dias: prós e contras
Trabalhar quatro dias por semana, mantendo a mesma remuneração, tem ganhado cada vez mais força em diversas geografias. Empresas e governos têm testado este modelo, na esperança de um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, impulsionados pela promessa de uma maior produtividade e bem-estar dos colaboradores.
Ora, do ponto de vista teórico, académico e também dos testes-piloto já realizados, há diversos prós e contras dessa putativa nova forma de organizar o trabalho?
De entre as vantagens, estudos indicam que, com menos horas de trabalho, os funcionários tendem a ser mais produtivos, a conseguirem uma melhor saúde mental e física, a atingirem uma maior satisfação no trabalho e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, conseguindo também reduzir custos para a empresa (energia e espaço de escritório, p.e.) e para o colaborador (deslocações e alimentação, p.e.).
Outra das grandes vantagens habitualmente elencadas por estudos é a maior capacidade de as empresas atraírem talentos, tornando-se, pelos quatro dias laborais, mais atrativas para os profissionais, especialmente para aqueles que procuram um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, como é o caso das gerações mais recentes a entrarem no mercado de trabalho.
Mas, nem tudo são vantagens. Afinal, quais os contras? Desde logo, a prática mostra uma grande dificuldade de implementação por parte das empresas, exigindo uma reorganização de processos de trabalho e muito mais. Depois, há o forte impacto na produtividade, que pode levar a uma diminuição da produção, é potenciador de desigualdade, dado que nem todas as profissões e setores se podem adaptar à semana de quatro dias, gera aumento de gastos, especialmente com horas extras e contratação de novos funcionários para satisfazer procura e desajusta a capacidade de atendimento ao cliente. Estas são apenas algumas das razões comummente apontadas.
A semana de trabalho de quatro dias é assim um modelo ainda em fase experimental, que apresenta benefícios, mas, sobretudo desafios, ao ponto de haver muitas experiências-piloto revertidas.